segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Concepção de saúde e de atividades física das alunas de Hidroginásticas


No senso comum ouvimos sempre que: “esporte é saúde”, “faz bem prá gente”, e outras coisas mais da cultura popular sobre atividades e exercícios físicos em geral. No nosso caso: alunas praticantes de Hidroginástica, não é muito diferente. Elas nos procuram por que a vizinha faz e “melhorou muito de saúde”, “está até mais bonita” e outras coisas do gênero. Além de virem com esses juízos de valor formados, elas ainda, normalmente, aparecem quando os indicadores funcionais estão já muito alterados e as “osses” e “ites” já estão também instaladas. Podemos perceber claramente nessas praticantes, com raras exceções, que no senso comum as pessoas, embora saibam que de modo geral atividades físicas faz bem à saúde, elas só passam a fazê-los quando alguém em quem elas confiam muito recomendam que façam ou seu médico transcreve no receituário. Quando não algum “Dr. Fisioterapeuta” também o faz; o que não é raro. Isso também, a meu ver, é uma questão cultural: aceitar a prescrição de atividades física sistematizada por alguém que não tem conhecimento da área, no caso, o fisioterapeuta.
A concepção de saúde, que tradicionalmente é difundida e muitas vezes até defendida nos meios médicos (na minha família são 11) e por meios de comunicação de massa, é da ausência de doença. Será que podemos partir desse principio para propor exercícios e atividades físicas para pessoas? É possível ao portador de doença coronariana praticar atividades físicas uma vez que ele está doente (a doença está presente)? Como propor atividades físicas aos diabéticos, aos hipertensos, aos obesos e demais portadores de doenças limitantes conhecidas?
Nossas alunas, de modo geral, são como estas pessoas: cheias de crendices e tabus. Quando chegam na academia a maior dificuldade que tem é em relação as informações que recebem, pois se sentem inseguras e com muitos conflitos e nós professores temos que, com muito cuidado, ir tornando as informações acessíveis ao nosso público e fazendo com que elas apreedam as novas concepções propostas sobre a saúde e as atividades físicas.
É factível que pessoas mais idosas e menos esclarecidas, as vezes as duas coisas, estejam vivendo sobre estes prismas. Mas não é possível aos atuais profissionais da saúde, inclusive nós da Educação Física, continuarmos a aceitar esses paradigmas ultrapassados e altamente dependentes; torna o comunicado dependente do comunicador: eu tenho a informação correta, portanto, me ouça, faça o que eu digo e você vai melhorar. É necessário caminharmos na direção de construir uma ponte de comunicação entre nós portadores da informação correta - esporte pode ser saúde, assim como a ausência de doença pode ser saúde, mas também esporte pode ser doença: como a vigorexia (olhar no espelho e me achar fraco, sem definição muscular e magro), e a presença de doença também pode ser saúde: como o cardiopata instruído por um professor realizando exercícios de força comedidos e altamente estimulantes no fortalecimento músculo-esquelético, sabendo que isso vai proporcionar uma melhorara na sua qualidade de vida – e as pessoas que nos cercam; para que possamos ter no futuro alunos portadores não de doenças, mas de conhecimento, que os tornarão mais críticos, independentes, autônomos e responsáveis, ajudando a se mesmos e outras pessoas que os cercam, impedindo assim as desventuras de falsos educadores físicos que muitas vezes frustrados com a sua escolha profissional levam pessoas a desinformação, a dependência e ao desestímulo para atividades físicas sistematizadas.

Gabriel Espíndola

2 comentários:

  1. Arrasou Gab!! Por isso que nossa formação é tão importante, precisamos estar preparados e dispostos a ajudar as pessoas, a conscientiza-las...

    Bjão!!

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  2. AdoreiiII...Fico muito completo Gaby!!
    Essa é a visão!! Saude e Esporte ^^
    Beijo

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