sexta-feira, 1 de outubro de 2010

**Jogos Competitivos**Reflexão***



Como diaria minha avó:
"Tudo em excesso faz mal"

A partir da pesquisa de campo (observação do jogo competitivo) e revisão de literatura, pudemos ampliar nosso “olhar” para a importância do jogo no processo ensino-aprendizagem. Concluimos que sua aplicação poderá impactar tanto positiva, como negativamente para o indivíduo, grupo e contexto onde ocorre o jogo. O jogo está intimamente ligado a história humana e apesar de ter sofrido inúmeras adaptações ao longo dos tempos, continua a fazer parte da vida de todos, de um modo ou de outro.
É fato que os estímulos provocados nos jogos (em quem vivência) irão impactar no seu modo de agir, ser, conviver e encarar a vida. No jogo que observamos percebemos muitas cobranças entre os participantes, tons de vozes alterados, irritação, a expectativa de vencer o oponente, pressão, etc. Se por um lado, a competição, nas escolas e em outros âmbitos educacionais ou não, gera satisfação de uns e frustração de outros, como exclusão, priorizando sempre os melhores; biótipos específicos, etc.. Por outro, a competição pode ganhar um caráter positivo, servindo de estímulo para conquista de espaços e oportunidades. Tudo dependerá do modo como estes jogos serão aplicados. Segundo Ferraz (2002) “a competição em si não é boa ou má, ela é o que fazemos dela”. Acreditamos que o ideal é o profissional saber a “dosagem” certa para a aplicação de cada proposta, unir ambas propostas (jogos cooperativos e competitivos) a seu favor, a falta de um poderá gerar carências e o exagero, excessos, desequilíbrios. O jogo que observamos de caráter competitivo, trouxe alguns aspectos negativos (irritação; agressividade; frustração, etc) mas também percebemos aspectos positivos como estímulo e vontade de jogar, a descoberta de potencialidades e habilidades; estímulo motor; muitas vezes o aluno busca um “espelho” e tenta atingir uma meta (um aluno que é experiente; um atleta conhecido, etc.), isso serve de estímulo para a conquista de seu objetivo; canaliza suas ações para o sucesso,(devem ficar claro os valores éticos nesta situação).
Acreditamos que um espaço inovador, nas perspectivas da educação, deverá utilizar atividades que tenham acima de tudo significado para quem pratica; as experiências, cultura e desejos dos alunos, “ritmo” de cada um, limites e pré-disposições devem ser levados em consideração. Pois deste modo, por meio de jogos, será possível criar oportunidades para o desenvolvimento físico, moral e intelectual do aluno, garantindo, assim a formação de um indivíduo com senso crítico; consciência social; solidária e democrática, de cidadania, despertando valores éticos, morais e cívicos; e ainda Borin (1996) afirma que “os jogos auxiliam na descentralização, que consiste em desenvolver a capacidade de ver algo a partir de um ponto de vista que difere do seu, bem como potencializa a linguagem, a criatividade e raciocínio dedutivo, exigidos na escolha de uma jogada e na argumentação necessária durante a troca de informações."
O professor deve ser antes de mais nada, um educador que se coloque no lugar de aprendiz, tenha abertura e flexibilidade para novas possibilidades; deve sair da “zona de conforto” e atuar como um profissional de qualidade; pensar e repensar em atividades e ações que contribuirão para formação de seus alunos. Quais estratégias serão usadas para que todos aprendam (tenham oportunidade); adequar jogos competitivos a cada faixa etária e alternar entre jogos cooperativos, por vezes utilizando e integrando ambos. A visão “externa” do jogo que assistimos e a fundamentação em literaturas e aulas, que priorizam a educação com significado e formadora, possibilitou ver pontos positivos (explanados anteriormente) e algumas “falhas” que podem ser corrigidas, seria interessante aplicar jogos adaptados; alternar entre jogos de competição e jogos cooperativos; criar situações problema onde o aluno possa trabalhar em grupo e descobrir soluções para o desafio proposto;
Se na atualidade os estímulos apontam para a competição “desenfreada” onde o lema é “que vença o melhor”; está no jogo a oportunidade de mudar esta situação, tão explícita na sociedade (criada por nossos próprios atos); educadores tem em suas mão o “poder” para provocar mudanças sociais, muito embora pareçam insignificantes, impactarão futuramente de modo positivo, transformando a educação e por conseqüência a sociedade. Claro que sabemos que mudanças sociais demoram a acontecer, mas ficar de “braços cruzados” pode não ser a solução ideal. Muitos profissionais reclamam da falta de recurso, “rotulam” seus alunos, valorizam uns e desprezam outros, quando na verdade também agem de modo equivocado, e contribuem para que esta situação conflitante permaneça; é possível mudar, temos muitas literaturas e exemplos de sucesso, basta canalizar ações positivamente. E, finalizando nossa discussão destacamos uma citação de Monteiro Lobato, que embora com caráter utópico e poético (ou não, tudo depende do ponto de vista de cada um), pode nos servir de incentivo “Loucura? Sonho? Tudo é loucura ou sonho no começo. Nada do que o homem fez no mundo teve início de outra maneira, mas tantos sonhos se realizaram que não temos o direito de duvidar de nenhum”. Mesmo quando parece que estamos “remando contra a maré”, é possível mudar, é preciso acreditar e agir.

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